1- A organização do "I Torneio Interno de Xadrez" decidiu, por questões de espaço, limitar a 20 o número de participantes na prova.
O xadrez joga-se num tabuleiro de 64 casas, 8 linhas (identificadas com algarismos) por 8 colunas (identificadas com letras), e cada uma das equipas, brancas e negras, tem um conjunto de 16 peças.
No final da primeira jogada de brancas pode ter-se no tabuleiro uma de 20 posições diferentes (ver diagrama abaixo).
Quando as brancas completam o seu segundo lance (após as negras terem feito o seu primeiro movimento), o número de posições diferentes possíveis sobre o tabuleiro ascende a 400. Este número cresce para 5362 posições após o 3 lance de brancas, e após cada novo lance o número de posições possíveis sobre o tabuleiro aumenta um pouco mais de 10 vezes.
No entanto, quando se analisam os jogos contidos numa base de jogos de xadrez, como as chessgames ou chessbase, verifica-se que dos possíveis 20 lances para a primeira jogada só, no máximo, 6 são aceitáveis (e4, d4, c4, Cf3, b3 e talvez g3) por conduzirem, geralmente, a um jogo com alguma superioridade para as brancas. Diz-se por isso, que o factor de ramificação aceitável a partir da primeira posição é de 6. No meio jogo este factor de ramificação oscila em torno do valor 7.
É este número elevado de possibilidades que torna o jogo de xadrez aliciante e faz com que cada jogo seja único.
Dentro de um número tão elevado de possibilidades o jogador tem de dominar um conjunto de princípios orientador que em cada momento lhe permita traçar uma linha de rumo para as jogadas seguintes. A essa linha de rumo vai chamar-se plano.
A definição de um plano está correlacionada com a posição que se pretende alcançar. Na prossecução de um plano pode valer-se de elementos tácticos (ataque duplo, desvio, prisão, xeque duplo, etc) e de elementos posicionais (coluna abertas ou semi-abertas, ilhas, debilidade de peões, etc).
Um plano é constituído por um conjunto de processos traduzidos em lances que possam melhorar a posição. O surgimento de um plano tem sempre por trás um objectivo claro, mas também uma leitura precisa da estrutura posicional própria e do adversário, em cada momento.
Um jogador de xadrez deve sempre procurar prosseguir na execução de um plano durante todo o jogo. Mas esse plano não deverá ser cego, porque o objectivo de um jogador poderá e deverá poder ser alterado mediante as respostas do adversário.
Voltar-se-á a este assunto, mas por agora deixa-se a máxima: "Melhor jogar seguindo um mau plano, do que, jogar sem nenhum plano!"
